Foi a primeira vez que me aconteceu uma cliente achar a minha forma de fotografar estranha. Muito estranha. Não estava habituada a sessões fotográficas de exterior, apenas de estúdio. Pedi àquela família o mesmo que peço a todas as minhas famílias: que tentassem abster-se da minha presença. Não foi fácil. «Mas não fazemos poses?», perguntou-me a minha cliente várias vezes. E eu insistia que não, não eram precisas poses, só tinham que ser eles próprios. Olhar desconfiado, o da minha cliente, mas nem por isso deixámos de passear, conversas, trocar confidências.
Quando lhe entreguei o DVD personalizado e ainda um álbum digital com as fotografias da sessão, fiquei mais ansiosa que o costume. Felizmente, tanto o DVD como o álbum fizeram as delícias de toda a família, de tal maneira que um mês e pouco depois, voltámos à carga, ou seja mais uma sessão fotográfica. Uma sessão dois em um: temática (natalícia) e normal.
Um pedaço de mim vai em todas as fotografias que faço.
Um pedaço de mim eterniza para sempre memórias. Mesmo que não se lembrem de mim, eu estarei lá.
(Estou piegas.)